Cidades

A guerra da comunicação na fronteira

Editorial

 


 

Estrategistas de guerra seguem sempre uma cronologia, executando passo a passo, manobras que, aos poucos vão minando e enfraquecendo o inimigo. E neste ritual, o primeiro passo é interromper as comunicações. Cortam-se cabos, interrompem-se sinais, tomam-se o controle geral de tudo o que gera contato remoto.

Ao que parece, Corumbá e Ladário estão vivendo uma guerra. Esta, por conta do controle da prestação de serviços de comunicação via fibra ótica. Nos últimos dias, uma empresa teve vários de seus cabos cortados e foi impedida de oferecer internet aos seus usuários. Cabos cortados, simplesmente cortados, deixando nítida e clara a intenção de sabotagem. Cabos caríssimos que não podem ser emendados, somente substituídos. De novo, apenas cortaram os cabos, não roubaram para vender o cobre, como é comum acontecer.

A grande pergunta é: isso é guerra? Não, claro que não. É apenas uma estratégia inescrupulosa que incute no mercado um apavoramento por conta de atos arcaicos e de extrema baixaria. Imagine se supermercados comecem a ser incendiados, os freezers das fábricas de gelo danificados, os cabos de televisão cortados. Instalaria-se o caos?

Essa moda não pode pegar, e para não pegar, é preciso que a polícia use todo o seu aparato de investigação para descobrir os responsáveis e elucidar o crime. E, neste caso, é bom lembrar que as comunicações no Brasil também são responsabilidade da Polícia Federal e que, a instituição, também pode entrar no circuito.

O triste disso tudo é que pessoas de bem, o cidadão comum, empresas, comércio, uma gama de usuários de fibra ótica, foram prejudicados. Sofrem com a inconsequência dos inconsequentes. Se privam por causa, talvez, da ganância, do terrorismo, sim, porque este ato, não é vandalismo e sim terrorismo, o que invoca mais uma vez a Polícia Federal.

É possível que já se tenha algumas imagens de câmera de segurança e que a polícia esteja avançando nas investigações. Logo, portanto, pode-se saber quem foi a cabeça pensante e quem foram os executantes. E que sejam punidos com os rigores da lei.

É inconcebível que em pleno século XXI coisas assim aconteçam. É primordial que crimes assim sejam elucidados. É salutar para a sociedade que ela tenha os seus direitos mantidos e que as autoridades, inclusive o Ministério Público, trabalhem para fazer valer os direitos constitucionais dos brasileiros, entre eles o da INFORMAÇÃO, seja pelo meio de comunicação que preferir, e hoje, em grande parte pela internet.

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