Meio Ambiente

Câmeras flagram onça-pintada monitorada circulando na região da Serra do Amolar

Um jovem/adulto macho, Guató foi flagrado passeando pela Serra do Amolar, no início da semana passada (8), na mesma região onde foi capturado em dezembro do ano passado, para receber o colar de monitoramento do programa Felinos Pantaneiros, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro). As imagens foram feitas por uma das câmeras de segurança instaladas e doadas pela Proteção Animal Mundial.

O médico-veterinário Diego Viana explica que é a primeira vez que uma onça é registrada com o colar. “Pelas imagens, conseguimos ver que ele está bem forte e cresceu bastante desde quando fizemos a captura. Isso comprova que o trabalho de monitoramento não interfere na qualidade de vida do animal e ainda contribui para a ampliação do conhecimento da ciência sobre as espécies”, afirma.

Desde 2020, a ONG tem uma linha específica de parceria com o IHP. Por meio do apoio, a Proteção Animal Mundial apoia atores locais para promover ações de proteção, resgate e recuperação da vida silvestre. A parceria viabilizou a modernização e a multiplicação das câmeras trap espalhadas pelo Pantanal, sob a supervisão do IHP.

“Esse registro também reforça a importância de outra iniciativa apoiada da parceria, a de abertura de aceiros, entre outras áreas. A técnica ajudou a manter livre de incêndios uma vasta extensão de vegetação em 2021, contribuindo para a qualidade do habitat em que agora foi visto Guató”, interpreta Júlia Trevisan, bióloga da equipe de Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial.

O Guató foi a primeira onça-pintada capturada para instalação do rádio-colar na Serra do Amolar. Na região, já morava Joujou, que também era, à época, monitorada via GPS. Joujou foi uma das vítimas dos incêndios de 2020 e recebeu o colar após o tratamento ser encerrado.

As imagens mostraram, ainda, que Guató, provavelmente, já está se relacionando com outra onça-pintada. Logo depois que ele é flagrado pela câmera, uma onça-pintada fêmea passa pelo mesmo local.

“O mapa de movimentação mostra que o animal tem tido hábitos compatíveis com a idade dele. Isso para nós é gratificante. É uma prova de que o monitoramento tem dado certo e não tem alterado os hábitos do Guató. Além disso, o monitoramento vai permitir que a gente encontre respostas que, até hoje, são desconhecidas pela ciência”, afirma o presidente do IHP, coronel Ângelo Rabelo.

Sobre o Instituto Homem Pantaneiro

Fundado em 2002, o IHP é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua na gestão de áreas, conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local. Sua missão é “Preservar o Pantanal”. Tem sede em Corumbá – Mato Grosso do Sul.
Como programa principal da Instituição, está a gestão do Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede do Amolar), criado em 2008 e que tem como finalidade propor ações de gestão integrada entre as organizações parceiras para proteção de 276.000 hectares, sendo que 201.000 hectares legalmente protegidos. A iniciativa surgiu a partir da parceria entre IHP, Instituto Acaia Pantanal, Fazenda Santa Tereza, Fundação Ecotrópica e Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense/Instituto Chico Mendes (ICMBio) e Polícia Militar Ambiental.

Sobre o Programa Felinos Pantaneiros

Executado pelo Instituto Homem Pantaneiro, o Programa Felinos Pantaneiros tem como objetivo principal propor e executar ações de manejo que visem mitigar o conflito causado pelos casos de depredação de rebanhos bovinos por grandes felinos, e predação de lavoura por porcos silvestres, assegurando melhores práticas e referência na harmonia entre produção e conservação. Além da avaliação de estratégias anti-depredação do rebanho bovino, o projeto estima e avalia, aspectos ecológicos dos grandes felinos pantaneiros nas áreas da Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar. Atua desde 2016, na Rede Amolar e na fazenda BrPec, localizada na região de Miranda-MS.

Como forma de disseminar o conhecimento científico com uma linguagem mais acessível para a população, o programa realiza atividades de sensibilização ambiental em escolas rurais, propriedades rurais, comunidades ribeirinhas e na cidade de Corumbá-MS, aproximadamente 6000 pessoas entre adultos e crianças já foram sensibilizadas por estas atividades. A manutenção das populações dos felinos pantaneiros e consequentemente do Pantanal está diretamente ligada à disseminação de conhecimento, com o objetivo de formar indivíduos que sejam conscientes da importância de conservar o planeta em que vivemos.

Dentro do Programa Felinos Pantaneiros, desde 2019, a ISA CTEEP, empresa presente em 17 estados, operando uma complexa rede de transmissão por onde trafegam 30% de toda a energia elétrica transmitida no Brasil, desenvolve o programa de sustentabilidade Conexão Jaguar com o apoio do IHP. A companhia conta ainda com os aliados técnicos South Pole e Panthera, dois líderes mundiais no combate às mudanças climáticas e no fomento da sustentabilidade, dedicados ao mercado voluntário de créditos de carbono e à conservação de espécies, respectivamente.

Atualmente, o Conexão Jaguar apoia nove iniciativas na Colômbia, Brasil Peru e Chile, que somam uma redução potencial de mais de 7 milhões de toneladas de CO2 em mais de 828 mil hectares de floresta e com 195 espécies de fauna registradas.

Desde março de 2022, a General Motors também é apoiadora do Felinos Pantaneiros, dando respaldo às atividades científicas e de educação ambiental do Programa, além de disponibilizar uma picape Chevrolet S10 Z71 para atividades em terrenos de difícil acesso, incluindo ações de manejo para minimizar conflitos da fauna com as atividades socioeconômicas da região.

Instituto Homem Pantaneiro

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